Ardente


O corpo sem resistência na cama jaz inerte
Absorvendo os incontáveis sabores
Aninhado no seio do breu silencioso
Acariciado pelas mãos da heresia
Na busca pelo prazer ao encantos cede.
Tornando-o divindade de teus louvores
Refém de seu tato malicioso
Deus dos mistérios da carne que a todos perdoaria.

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O desejo corroendo a pele feito ácido
Como se tocasse em brasas
Desconhecendo qualquer pudor
Tudo é válido para aplacar a necessidade que se inflama
Alimentando a chama de seu fulgor vivido
São inadmissíveis tuas falhas
derramando em teus lábios o espesso licor
Enquanto o êxtase teu olhar clama.   

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O corpo lânguido na cama jaz inerte
Com as forças esvaídas
Na boca do gosto do pecado
Ou o sabor do mais doce entorpecente
Inebriante que por vezes repete
Tendo o vicio como marco para novas investidas
Como um vinho caro a ser degustado
Entregando a alma a um ser insolente.